Olho para tudo à minha volta e verifico o quanto estou só.
Torno a olhar, e a olhar, e a olhar...
Mas nada. Não há uma única alma que me faça estremecer como tu fazes.
Páro de olhar e apesar dos meus olhos estarem com pálpebras curvadas, nada vejo em concreto.
Vejo imagens ofuscadas e distantes, pouco nítidas e nada concretas.
Vejo o teu sorriso radiante e sincero. É algo tão belo e tão delicado, que me magoa o olhar. Doi-me ter de olhar para ti e saber que não passará de uma miragem. Doi pensar que nunca vou puder tocar-te e sentir a tua pele de anjo ou ser olhada pelos teus belos olhos cor de mar. Ouvir a tua voz ao meu ouvido como uma suave canção de embalar tocada pelas mais suaves mãos de pianista. Afagar-me no teu abraço, sentir um escudo em torno do meu corpo e pertencer ao teu mundo.
As lágrimas rápidas e inevitáveis caem-me do queixo sobre o peito vazio. Sinto a frieza com que pingam e a sua densidade salgada.
Isto acontece sempre que anseio muito algo. Não irei à luta pois não existe força que suporte mais uma facada, mais um tiro, mais um furo no lado esquerdo. E tenho medo, muito medo, de perder as tais visões, tão belas, num só segundo. Tenho medo de permanecer ainda mais oca e ainda mais escura. Medo de perder, tudo o que tenho de ti.
Acordo todos os dias a pensar se alguma vez, irás reparar no quanto sou capaz de amar. De te amar. Mas é impossível. Isso nunca irá acontecer.
And still, Jacob was his normal sunny-self.