13.6.11

até amanhã.

Deito-me sobre a cama fria e vazia. Deito-me no lado direito, como sempre. Apoio-me no meu lado esquerdo e observo o quão longe fica a borda da cama, o quão vazia ela está, o quão fria, o quão sozinha eu me deito. Agora virei-me, olhos voltados para cima e observo o tecto no meio da já desvanecida escuridão. Como é que tornei tudo tão escuro? Como é que voltei a sentir o mundo mais escuro? Como é que voltei a sentir o mundo assim? E porquê? Não entendo. Sei que sou capaz de ser feliz, tenho tudo para o ser. Porque é que simplesmente não me agarro nisso e simplesmente, sou...? Porque é que continuo a arruinar, estragar, desperdiçar, algo tão bom? A única coisa que realmente me faz feliz. Como é que tornei tudo tão escuro...
Começo a ouvir os pássaros lá fora. O mundo está a acordar e eu ainda nem sequer fui dormir. O mundo pronto para receber o novo dia e eu ainda não me despedi do anterior. Continuo presa nos meus pensamentos singulares e plurais. Espera! As palpebras... Estão-me a pesar, o meu corpo inspira com força, estico os músculos de forma a me relaxar, a fadiga, o cansaço, tomam conta de mim. Pensamentos correm e tropeçam na minha mente. "Estou preparada para o que vier." digo a mim própria. No entanto, vou fechando os olhos lenta e continuamente. É sinal que o mundo se está a despedir de mim e o novo dia a preparar-se para me receber de braços abertos. Está a amanhecer. O meu quarto está mais claro. Está a amanhecer e eu a escurecer, a entrar nos meus sonhos, dormindo sobre tudo e todos. Vou descansar, descomprimir, libertar-me de todo o peso mental. Vou dormir sobre tudo, até o amanhã chegar, seja esse amanhã daqui a umas horas ou daqui a uns dias. Mas quando esse amanhã chegar, vou brilhar como nunca.  E nesse dia, eu e tu vamos ser no novo Sol da Terra, e tudo ficará não bem mas óptimo. Até lá, dorme bem pinguim. Voltarei melhor que nunca.

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