19.7.09

Restart

Quando acordei, pensei que o dia ia ser normal mas havia algo de diferente. Era O dia 22 e ele nada me tinha dito. Começou aí tudo o que temia. Tudo o que sempre tentei ignorar e não pensar porque afinal, "só acontece aos outros". E em vez de passar com a dança do vento, manteve-se cada vez mais fundo porque não havia vento e o ar cada vez mais se foi comprimindo, impedindo-me de pensar, olhar e respirar. Durante algum tempo sentia dificuldade em concentrar-me nas acções sensoriais. Lembrar-me que devia respirar, andar, ver e viver. Do nada, enfraqueceste-me (outra vez) com simples palavras. Hipnotizaste-me e manipulaste-me. Fizeste-me sofrer com meros conjuntos de letras mudas. Sem qualquer contacto, fizeste-me acreditar que minha vida ia correr debaixo de uma lua nova. Porém, nunca mais iria ouvir a tua voz ou ver os teus olhos. Fizeste-me acreditar que tudo o que construímos iria desparecer porque te ias embora deste mundo e fizeste-me por de joelhos a implorar, no sentido lírico. Vozes exteriores tentavam puxar-me para a realidade mas tu mantinhas-me num mundo a parte onde o sofrimento e a angustia reinavam e manuseavam-me. Mantiveste-me lá a todo o tempo pois nunca consegui decifrar o que estava bem ou mal. Estava cega, surda, muda, apática perante outros, menos para ti. Para ti, faria qualquer coisa para não partires. Fui desgastando-me aos poucos, até restar um pó. Um dia, esse pó condensou-se e permitiu que voltasse ao real. E percebi, com imensa angustia e dor, o que estava bem ou mal; e o mal eras tu. Portanto chega, já chega. Terminou.

Carreguei no restart. Vou começar o jogo de novo.

1 comentário:

andzcobain disse...

belo blog :) ja estou a seguir