A minha mãe sempre que me via mal ou a chorar pelo dito cujo "amor", dizia-me sempre o mesmo. Ainda és tão nova para saber o que é amor. O problema é que agora já não me diz nada acerca disso. Talvez lhe dou, ou dei, a entender que afinal sei o que é, ou que pelo menos tenho a consciência da sua dimensão.Sim, porque eu sei que não é uma coisa leve, pequena ou até que passe despercebida. Não senhora. Para mim, é uma coisa pesada, grande e que ao contrário das outras emoções, aquelas que despertamos quando estamos apaixonados (sejamos comprometidos ou não) são as mais evidentes à vista alheia. Cada vez mais me apercebo (ou até já me apercebi por completo) que não vale a pena tentar dar a volta ao que sentimos, relativamente ao sentimento do amor. A partir do momento em que olhámos para aquela pessoa e vemos uma espécie de brilho e o nosso corpo sofre certas alterações a nível funcional, sabemos que não há volta a dar. Estamo-nos a apaixonar. Depois debatemo-nos com a nossa consciência, com a nossa cabeça, com o nosso coração. "Porquê aquela pessoa? Porque é que de todas as pessoas, me apaixonei por ela?" E depois racionalizamos as coisas e a fazemos uma espécie de enumeração inconsciente dos motivos pelos quais nos apaixonamos "inesperadamente" pela pessoa em questão. "Bem, eu gosto de estar com ela. Ela faz-me rir. Ela tem gostos em comum comigo. Ela é bonita. Ela é inteligente. Ela é diferente. Ela é alguém a quem eu daria a mão. Ela é alguém com quem eu passaria uma noite inteira a falar. Ela é alguém que os meus amigos iriam gostar. Alguém que iria gostar de abraçar e beijar e abraçar... Alguém com quem sei que seria feliz." e aqui parámos. "Alguém com quem sei que seria feliz.", uma espécie de medo toma conta do nosso corpo. A verdade é que não conhecemos na totalidade essa pessoa, mas o desejo de um dia poder conhecer, é gigante e é aí que começamos a aproximarmo-nos dela, seguindo o instinto emocional. Convidamos muito subtilmente para sair connosco, umas saídas discretas a sítios cheios de gente e com pessoas a acompanhar. Começa em festas entre amigos (académicas, diga-se), idas ao shopping, cinema com um grupo de amigos... E neste último caso, a intimidade e a proximidade torna-se tão óbvia que nenhum dos dois admite abertamente o que sente. Depois destas saídas normais, vêm os encontros casuais, mais especificamente, passagem d'ano. "Vais passar a passagem d'ano onde?" "Ah sim? Então se calhar ainda passo por aí para te dar um beijinho." É aqui que se revela o verdadeiro desejo que existe entre os dois. Quando se vêem, o inevitável acontece e sem darem por isso, os seus lábios já estão juntos, os braços envolvidos, as mãos entrelaçadas, o coração a entrar em taquicardia de tanta emoção que sente, as borboletas a voarem descontroladamente no estômago e o nascimento de algo novo ocorre. Assim que param, o sorriso de pura felicidade é mútuo. "Não podia ter acontecido nada melhor nesta noite que isto." pensam.
Nos dias seguintes, o corpo é apoderado pelo sentimento de dúvida. "Será que dá mesmo? É tão estranho... Não quero perder a amizade que tenho com ela, não quero que fiquemos diferentes.". Decidem avançar e apoiarem-se no factor tempo e confiarem neste para o desenvolvimento deste pequeno sentimento, que nos pões umas pessoas esquisitas. E estavam certos. Com o tempo, tudo desenvolveu.
Passou de um sentimento de estranheza agradável para um desejo, uma paixão, de uma amizade colorida para algo encarado como possivelmente sério. E a partir daqui é que começam a surgir novas emoções à mistura como também novas coisas que aprendemos e conhecemos dessa outra pessoa. Boas e más. Aparecem as típicas discussões iniciais e também aquelas que nos partem o coração e que nesse instante, damos tudo para não perder essa pessoa. É nestas que, infelizmente, tanto um como outro realmente se apercebem do quanto gostam um do outro e do quanto querem ficar juntos, custe o que custar. É nestes momentos que o corpo sente tudo o que é sentimento e no meio do festival de sentimentos
fúriaânsiapaixãoraivatristezacoragemdesgostoamoraversãocuriosidadeamizademedofelicidadedesejo, destaca-se o mais importante.
E é aqui, nos instantes em que o coração me dói mais que nunca, que os pulmões funcionam a uma velocidade irregular, que o cérebro não trabalha como devia, que o estômago está virado ao contrário, que sinto o amor que sinto. Que sei o quanto me és importante e o quão insuportável é a ideia de não te ter junto a mim. Eu sei que só passaram 5 meses mas o que temos é especial. A nossa relação é especial, tu sabes disso, já o admitiste. Não há ninguém que tenha a nossa cumplicidade, o nosso espírito, a nossa união. Somos uma equipa e se um cai, o outro também cai e quanto a isto, não há volta a dar. És único, preciso de ti ao meu lado, para tudo o que der e vier. Juntos em tudo, contra tudo e todos. Amo-te, sempre.

You're a part-time lover, and a full-time friend. ♥
1 comentário:
Sabes o que distingue textos? A verdade das coisas. E pode ser uma verdade fingida, desde que se sinta. Mas este texto é verdade pura, é um pedaço de vida que tem vindo a crescer em ti e sente-se. Sente-se tudo, Ni :') Sente-se o coração tão cheio, tão cheio que parece dar um abraço ao planeta todinho. Sente-se a alma realizada, uma certa concretização pessoal como se tivesse encontrado o pedaço que lhe faltava. Sente-se que humildemente és feliz e que não mudarias uma única coisa no percurso e estás disposta a alcatroar mais metros, todos os dias, sem nunca mostrares sinais de cansaço.
Por favor continua assim :')
[és memso coração e sorrisos <3']
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